domingo, setembro 25, 2005

O poder da 3ª geração


A cavalo dado não se olha o dente, e por isso mesmo quando confrontada
com um convite para ver a banda Ezspecial, não recusei.
A minha opinião em relação à banda nortenha, antes do concerto, já não era muito positiva.
Com um percurso de cerca de 5 anos, mas apenas 2 com alguma projecção, muito à conta de
um só hit, "daisy", música de um pop pegajoso que se cola às nossas bocas e cabeças
como uma incómoda pastilha elástica à sola do sapato.
Mas realmente, estava enganada. Afinal os Ezspecial têm mais do que um hit. Têm três
ou quatro músicas conhecidas, que são quase todas elas de anúncios, da TMN, por exemplo.
Bem, também é verdade que conhecendo uma ou duas músicas dos Ezspecial, conhecemos toda
a sua discografia, isto porque, todas as músicas são iguais. Quase todas com uma dose
excessiva de "Uh uh uhs" e "la la las".
O Coliseu de Lisboa estava bastante composto, quase cheio. Mas se não me engano muito à custa
de uma oferta desmedida de bilhetes em passatempos, em rádios, operadoras de telecomunicações móveis,
lojas de electrodomésticos, etc. Talvez como consequência dessa oferta de bilhetes, o público
dividia-se entre: crianças, umas de colo outras já não, uma grande faixa de adolescentes
(sobretudo raparigas), que certamente teriam ali a sua primeira experiência em concertos,
gente de cabelo vermelho e uma senhora muito especial, de traços orientais, com um penteado, onde sobressaía
uma poupa que se elevava cerca de 5 cm acima da sua cabeça.
De salientar também as
ofertas da Worten (patrocinadora do concerto) de pequenas lanternas e t-shirts.
Em relação ao concerto propriamente dito, um jogo de luzes demasiado psicadélicas e demasiado
claras, um jorrar de papelinhos azuis e prateados, feito cedo de mais (na terceira música, se não
me engano), o maior hit tocado cedo de mais, para depois e até um final
apoteótico (ou não, novamente com o hit "daisy" só que desta vez durou cerca de 15 minutos),
ser um discorrer de músicas pop, bastante medíocres acompanhadas pela orquestra de jovens de santa
maria da feira.
Enfim, é sempre melhor do que estar em casa, mas um concerto não merecedor de pagar bilhete.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Dance Me To The End Of Love


Em 1984, Leonard Cohen, editou um disco no qual está aquela
que será, quiça, uma das melhores canções alguma vez feitas.
Na incapacidade de reproduzir a canção aqui fica a letra:


Dance Me To The End Of Love

Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in
Lift me like an olive branch and be my homeward dove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love


Oh let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
me to the wedding now, dance me on and on
Dance me very tenderly and dance me very long
We're both of us beneath our love, we're both of us above
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love


Dance me to the children who are asking to be born
Dance me through the curtains that our kisses have outworn
Raise a tent of shelter now, though every thread is torn
Dance me to the end of love


Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love

Agora, façam um favor a voces próprios e comprem um qualquer greatest hits
do Leonard Cohen e ponham a música no repeat pelo menos 5 vezes.
ainda me vão agradecer...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Vamos todos à Boitezuleika!!!


Os Boitezuleika são daquelas bandas que assim que ouvi o primeiro acorde, disse,
"Até que enfim".
Ora bem, os Boitezuleika são 6 rapazes (ou melhor 5 rapazes e 1 rapariga) do Porto,
vencedores de uma competição da rádio Antena 3 que lhes deu oportunidade de gravar um disco,
e que fazem aquilo que considero, uma lufada de ar fresco na música portuguesa!
Com ritmos dançaveis, que vão desde uma "marcha sambada", até um "Bolero do coronel
sensível que fez amor em Monsanto", (maravilhosa versão de uma música originalmente
cantada por vitorino - esse mesmo - com poema de lobo antunes - esse mesmo).
Para a sonoridade especial da banda em muito contribuem os instrumentos de percursão,
que vão desde vasos de barro, bidões, espanta-espíritos, etc; os saxofones, de dois tipos,
mas que a minha ignorância instrumental não me permite dizer os nomes; e até mesmo
as harmonias vocais entre os vocalistas.
Os Boitezuleika têm também o dom de aproveitar a "nossa língua" para decorar a música
com palavras também elas com uma sonoridade muito própria. Brincando com as palavras
e rimando "mau" com "pirilau".
Este é mais um disco 14/14, mas não resisto a aconselhar a faixa que dá nome ao disco
"éramos assim", que nos transporta para uma infância assim não tão distante.
Um must-have álbum da música portuguesa.