quinta-feira, maio 04, 2006

Morrissey - Ringleader Of The Tormentors

A vida a solo de Morrissey para mim sempre foi um tabu. Apesar de gostar muito dos Smiths nunca consegui gostar da carreira a solo de Morrissey. A explicação é muito simples: na minha pré-adolescência ouvi Kill Uncle, e este é um álbum demasiado denso e escuro para uma pré-adolescente. Bem, esta questão não foi ultrapassada mesmo depois de consecutivas audições dos Smiths, pelo menos até há um mês atrás.


No dia 3 de Abril, Morrissey editou o seu oitavo disco a solo – Ringleader Of The Tormentors.
Dizem que Morrissey mudou, dizem que encontrou o amor em alguém ou em alguma coisa. O certo é que o artista mudou-se de malas e bagagens para Roma para a gravação deste novo álbum. Juntou-se a Tony Visconti, produtor de nomes como David Bowie e T-Rex. Diz Visconti que este é um dos melhores discos em que já trabalhou. Opinião que não poderia ser mais consensual. Os críticos, os fãs, os apreciadores, consideram este um dos melhores álbuns da carreira de Morrissey. Possivelmente porque Morrissey conseguiu recuperar os épicos, talvez através da ajuda de Ennio Morricone, ou do coro infantil que participa no disco; ou até mesmo consequência da própria cidade, antiga capital do epopeico império Romano.
Morricone pode muito bem ter sido a razão porque ROTT dá ares de banda sonora para um filme, e talvez até o seja: o filme que retrata a vida de Morrissey. Do dia em que nasceu, passando pelas ruas de Manchester, às suas relações com as pessoas, até ao dia em que tudo acaba, com a morte. Por isso seria injusto destacar apenas algumas canções. É um álbum onde todas as peças são fundamentais.
ROTT é um disco sem falhas tanto a nível instrumental, como da voz, dos arranjos, da produção, da concepção visual, com a capa a fazer alusão à Deutsch Grammophon; ou até mesmo na própria edição em cartão, com direito a dvd...enfim...uma obra prima.