domingo, abril 30, 2006

Regina

Enquanto o dia 13 de Junho não chega para que possamos ouvir na integra o
último album de Regina Spektor, Begin To Hope, aqui fica um excerto de Fidelity
uma das musicas incluidas no disco, gravada ao vivo no Mod Club em Toronto no passado
dia 24.

terça-feira, abril 25, 2006

O meu Hino Nacional

A canção mais emblemática da nossa história tinha que ter aqui o seu espaço. Para que nunca esqueçamos aqueles que lutaram por nós, para que possamos ter a liberdade de fazer coisas tão simples como um blog. Obrigada.

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade.

segunda-feira, abril 24, 2006

A "nova vida" do Blitz


Depois de 22 anos, chega hoje ao fim a vida do Blitz como o conhecemos. Com o número 1121, e na capa os Pearl Jam, marca-se assim o fim do jornal Blitz, que a partir de Junho irá tornar-se uma revista de periodicidade mensal. Segundo o director do Blitz, Miguel Francisco Cadete, em declarações ao JPN, "Este é um projecto completamente diferente, apesar de mantermos o título e algumas das linhas mestras que guiaram esta publicação”. Espera-se que a nova revista Blitz vá preencher um espaço ainda nao explorado no jornalismo português, o de uma revista de música generalista.
Os meus sinceros votos são que o novo Blitz consiga reconquistar os antigos leitores, que, como eu, deixaram há muito de ler esta publicação.

terça-feira, abril 18, 2006

Legendary Tiger Man - Masquerade



No dia 30 do mês passado foi lançado mais um disco do Legendary Tiger Man, o alter-ego de Paulo Furtado.
Esta one man band, conta agora com o seu terceiro álbum de originais, depois de Naked Blues, em 2002 e de Fuck Christmas, I got the blues, de 2003.
Com a produção a cargo de Mário Barreiros e as participações especiais de DJ Nell Assassin (Micro, Bullett), Dead Combo, João Doce (Wraygunn) e do próprio Mário Barreiros. A imagem e a concepção visual ficaram a cargo do próprio Tiger Man e do fotógrafo Pedro Medeiros, que já tinha colaborado com o músico em In Cold Blood/ A Sangue Frio (o livro barra álbum de remisturas), em 2004.
Mais uma vez o bluesman, ex-Tédio Boys e líder dos WrayGunn, consegue transportar-nos para cenários distantes, desde o Delta do Mississipi aos terrenos áridos do interior americano, e mostra-se como um criador de imagens através das suas canções.
Do disco destaco a versão de Route 66, um original de Bobby Troup, Bad Luck Rhythm' N' Blues Machine e The Whole World's Got The Eyes on You.
A destacar também a própria edição do álbum, com direito a DVD, que nos dá vontade de comprar o CD. É bom que as editoras aprendam com a Norte/Sul, a fazer edições que nos ofereçam mais do que apenas a música.

segunda-feira, abril 17, 2006

BASTA PUM BASTA!

BASTA PUM BASTA!
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UMA SPA E UMA IFPI. É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!
ABAIXO A GERAÇÃO!
MORRA A SPA E A IFPI, MORRA! PIM!

As recentes queixas crimes levantadas a 28 utilizadores dos programas P2P parecem-me ridículas, por várias razões:

1ª. Porquê 28? Que eu tenha conhecimento são milhares de pessoas que utilizam estes programas;
2ª. Levantar queixas contra desconhecidos? Será possível?;
3ª. Quem são a SPA e a IFPI para procederem desta maneira? Estão a representar os artistas? Mas quais artistas? Um grupo de cerca de 100 músicos. Quer dizer que só seremos punidos se descarregarmos músicas destes artistas?
4ª. Qual é a lei que está ser invocada? Será que existem especificamente leis acerca deste assunto ou é apenas um tiro no escuro?
5ª. E se eu copiar um cd? Então aí já não há punições? Ou será que se esqueceram desse pormenor?
6ª. Qual é a diferença entre fazer o download de uma música da Internet e grava-la numa cassete como se fazia há uns anos?
7ª. Porque é que temos de comprar um album por causa de uma canção que gostamos? E não argumentem com as edições em single, porque este mercado em portugal é mais que deficiente.
8ª. E será correcto por parte das editoras fazer-nos comprar um disco sem primeiro o ouvir decentemente? Tenho a certeza que quem gosta do album que “sacou” vai querer tê-lo num suporte físico.
9ª. O argumento é a diminuição de vendas de discos. E baixar os preços? E melhorar a qualidade das edições?

E muitas mais questões se levantam, a maior parte, certamente, sem resposta. Uma coisa é certa, a divulgação musical vai descrescer, facto que não irá afectar as editoras, mas que devia preocupar os músicos, que irão ver o número de apreciadores da sua música diminuir e o número de pessoas que atendem aos concertos ao vivo também.

quarta-feira, abril 12, 2006

Camané ao vivo


09/04/2006

O recente DVD “Ao Vivo no São Luíz”, foi o mote para uma conversa informal entre Camané e Nuno Galopim. O evento, que decorreu na Fnac do Chiado, primou pelo eclectismo da assistência.
O diálogo entre os dois versou sobretudo a trajectória de vida do fadista, desde a infância, altura em que descobriu o fado, depois a adolescência, onde foi confrontado com um certo estigma em relação ao fado e aos fadistas, e posteriormente, o circuito nas casas de fado até à actualidade.
Em relação ao DVD propriamente dito, pode dizer-se que é simultaneamente, modesto e grandioso. Modesto porque para além de algumas das gravações feitas de dois concertos no São Luíz, a 30 e 31 de Março de 2004, esta edição não oferece muito mais; e Grandioso, porque nao pretendo, de forma alguma, depreciar a qualidade intrínseca de Camané, que em qualquer contexto, seja em concerto, disco, ou DVD, consegue transmitir ao ouvinte, de uma maneira distinta e excelente, a sua leitura do fado.
Um DVD que apesar de não ser uma obra prima ao nível da sua concepção é-o certamente ao nível musical. Um artigo importante para todos os amantes de fado.

terça-feira, abril 04, 2006

Pobres Vs Ricos

A mais recente telenovela do nosso terceiro canal veio dar uma nova dimensão ao conceito musical explorado pelo Estado Novo, “não é desgraça ser pobrezinho”.
Floribella (adaptação da novela brasileira Floribella, que é por sua vez uma adaptação da argentina Floricienta) afirma-nos, num dos temas que serve de banda sonora, que ser pobrezinho é que é bom, o que não poderia vir mais a propósito tendo em conta os tempos que se vivem.
Para uma melhor compreensão aqui fica a transcrição da letra de “Pobre dos Ricos”, com a ressalva que esta é a versão em português do Brasil, e como tal, algumas palavras podem não coincidir com a tradução portuguesa.



Pobre dos ricos
Que tanto têm

(Mas p’ra que serve tanto dinheiro?)

Faltam os sonhos
Falta a vontade

Faltam o tempo e a liberdade
Vive com medo de perder algo
Sobra arrogância, sobra da ganância

Falta o tempo e a esperança
Falta a brisa, o sol da manhã
Pobre dos ricos que não conhecem
Toda a magia da liberdade!

Não tenho nada
E tenho, tenho tudo
Sou rico em sonhos
e pobre, pobre em ouro
E o que me importa
Se todo esse dinheiro
Não compra amigos, estrelas
O amor verdadeiro!

E eu tenho sorte
Porque sou pobre

Me sobra o tempo, me sobram os sonhos

Tenho de sobra sonhos e garra

E muita esperança p’ra conquistar
Músicas lindas para cantar
Beijos tão doces para beijar

Pois tenho todo tempo do mundo

Porque me sobra cada segundo
Tudo que tenho é divido
Minha riqueza são os amigos!

segunda-feira, abril 03, 2006

Because you’re mine, I Walk the Line


O biopic de Johnny Cash protagonizou um dos melhores momentos do cinema de 2006.
O filme que retrata a vida de Cash da infância até perto dos anos 70, conta com o génio de Joaquin Phoenix no papel do músico e com Reese Witherspoon como June Carter.
Conta a lenda que foram os próprios a escolher os actores que os iriam encarnar , o que faria bastante sentido, já que ambos interpretam o papel não de uma maneira mimética, mas sim de uma forma sentida e sincera que nos faz acreditar piamente que estamos perante Johnny e June.
Mas, justiça seja feita, e apesar de não sido galardoado com o Óscar, a interpretação de Joaquin Phoenix é muito superior à de Reese, também por aquilo que representar Cash significa.
Jonnhy Cash é um dos maiores ícones de uma América típica e profunda. As suas músicas retratam realidades facilmente identificáveis por aqueles que as ouvem, mesmo que nunca tenhamos estado presos em Folsom, já todos nos vimos privados da nossa liberdade, nem que tenha sido apenas de maneira metafórica. Cash é mais do que a personificação do country, é o porta voz dos “poor and the beaten down” dos “sick and lonely old”. Mas concentremo-nos no filme, a dissertação acerca de Cash fica para outro dia.
A meu ver a etiqueta de filme musical mesmo assim será um pouco exagerada. O meu conceito de musical será um filme como o mítico Música no Coração. Mas etiquetagens à parte, toda a música no filme foi interpretada pelos próprios actores, o que veio trazer mais valor às interpretações do filme. Entre elas as melhores são: Home of the Blues, Wildwood Flower e It ain't me babe.
E apesar do filme não ter durado em cartaz no nosso país ( gostava mesmo de saber porquê. Alguém me pode ajudar?) ainda está resistente numa única sessão num cinema da nossa capital, Quarteto, às 19 horas, vejam-no.

Eis o malandro na praça outra vez...


Mais uma vez os Coliseus das principais cidades portuguesas receberam uma série de actuações da Ópera do Malandro.
Com textos baseados na Ópera do Mendigo, de John Gay, e na Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill, a Ópera do Malandro conta a história do contrabandista Max Overseas, das suas aventuras amorosas e não só.
A obra prima de Chico Buarque foi encenada pela primeira vez em Julho de 1978, quando se assistia a uma maior abertura na sociedade brasileira, e ao início do processo de redemocratização na ditadura militar que se vivia no Brasil. Por coincidência ou não, a Ópera do Malandro decorre na Lapa, Rio de Janeiro, dos anos 40, durante o final da Era Vargas e a Segunda Guerra Mundial. O paralelismo entre as duas épocas fará certamente muito sentido já que em ambos os períodos a ditadura era uma realidade.
A crítica feita na peça é dirigida aos novos burgueses, por contraponto aos que viviam com bastante dificuldade; à corrupção policial, à americanização do país, etc.

Mais concretamente à Ópera que nos foi trazida, o elenco conta com certa de 20 actores que acumulam também as funções de cantores e bailarinos, e uma orquestra de mais de 10 elementos. As personagens dividem se sobretudo entre contrabandistas e prostitutas.
O elenco que veio a Portugal desta vez, sofreu algumas mudanças em relação ao que nos trouxe o espectáculo em 2005. Um novo Max Overseas (Cláudio Lins em vez de Alexandre Schumacher), um novo Fernandes de Duran (Nuno Leal Maia no lugar Mauro Mendonça) e uma nova Vitória (Lucinha Lins em vez de Selma Reis).
Se a última a escolha foi a melhor, já que Lucinha Lins personifica de uma maneira irrepreensivel a mãe de Teresinha, protagonizando alguns dos melhores momentos do espectáculo, com as músicas Viver do Amor e Uma Canção Desnaturada, a escolha de Cláudio Lins veio desacreditar em muito o nosso malandro, apesar de ao nível da representação o actor não ser muito criticável, a nível da interpretação musical deixa muito a desejar, isto porque, a voz do actor não tem força, nem densidade suficiente para o papel de protagonista.
Em relação a Nuno Leal Maia, a escolha não poderia ter sido mais azarada e só não afecta mais a peça porque a personagem Duran tem um papel secundário na acção e os encenadores tiveram o bom senso de o retirar de algumas das suas interpretações,uma vez que o actor se mostra incapaz de cantar.
Em relação aos outros actores, destaque pela positiva para Alessandra Maestrini (Lúcia) e André Falcão (Barrabás).

A simplicidade dos cenários, que se assemelham a um coliseu romano e são inspirados nos arcos existentes na Lapa Carioca, fazem com que nos concentremos apenas na acção.
Esta acção absorve-nos de uma maneira tal, quer pela história, quer pela qualidade musical, que nos impele a acompanha-la com um bater de pé sincopado ou até mesmo, para os mais ousados, cantarolando.
O sentimento que predomina durante o espectáculo é que nunca mais queremos que acabe, nunca mais queremos sair daquele cenário carioca. E quando finalmente pensamos “acabou”, o génio de Chico Buarque cria um volte-face no desfecho que deixa as almas mais desprevenidas boquiabertas.
Em suma, a Ópera do Malandro é um dos espetáculos mais intensos e sublimes que já assisti, e por isso... Viva o Malandro.

Em Abril, águas mil

Terça-feira, 4

Paulo Soares em concerto
Ondajazz, 23h00

Quarta-feira, 5

The Sisters of Mercy
Coliseu dos Recreios, 21h00

Sexta-feira, 7

UHF
Coliseu dos Recreios, 22h00

Sábado, 8

Sara Tavares
Teatro Maria Matos, 21h30

Segunda-feira, 10

Duo Damian
Centro Cultural de Belém,19h00

Terça-feira, 11

Danko Jones
Paradise Garage, 21h30

Quinta-feira, 13

Vicente Amigo
Ondajazz, 22h30

Sexta-feira, 14

Dirty Pretty Things
Santiago Alquimista, 22h

Quinta-feira, 20

Maria João e José Peixoto
Casino de Lisboa, 22h

Sexta-feira, 21

The Gift
Coliseu dos Recreios, 21h30

Sábado, 22

Pop Dell Arte
Maxime, horário n/d

Quinta-feira, 27

Rodrigo Leão c/ Beth Gibbons e Irene Caracol
Casino de Lisboa, 22h

Sexta-feira, 28

Ney Matogrosso
Casino de Lisboa, 22h

Susana Baca
Culturgest, 21h30

Danae
Galeria Zé dos Bois, 23h00

JP Simões
Clube Mercado, horário n/d

Sábado, 29

Kings Of Convenience
Aula Magna, 22h00